28 novembro 2009

Preguicite Aguda

Há um bom tempinho que não passo por aqui. Bem, não é bem assim... Tenho passado para ler, dar voltas aos blogues que sigo, mas para escrever... népia. Não me tem ocorrido nada. Por vezes acontece. Hoje, que é Sábado, está frio e andamos numa de chove, não chove, vim para casa alheia, num computador alheio e decidi deixar aqui umas letras. Podia estar a confraternizar, mas a anfitriã está agrafada à máquina de costura (fala com ela e tudo) de volta dos seus trapos (que adora). E isto é o que acontece quando me apetece mesmo, mas mesmo escrever e só sai palha! Aliás, para provar a veracidade do que digo, estas letras que acabam de ler estão, pura e simplesmente a surgir... tipo plim! E assim me vão saindo as letras... umas seguidinhas às outras, corriqueirinhas, alegres e cantantes - mas isso é porque estou a ouvir rádio!
Ai... e assim termina a minha passagem de hoje. É! Apetece-me, mas não estou para aí virada. It's anoying! Vou mas é dormir! Ainda tenho mais 3 dias de puro descanso. Ponte.... ah pois é...! Até vai saber a pato!
Sabem o que se chamo ao que acabaram de ler? Preguicite Aguda. As ideias estão cá. A sopa na panela fervilha,, as letras estão cozinhadas... mas estou com tanta preguiça que nem consigo pensar. Até tinha tema e tudo, mas a preguiça está em alta, e tomo-me de assalto e pronto, quero é dormir. Vou dormir, vou sim senhor!

Ai, que monólogo da tanga. Ciao!

20 novembro 2009

Sou Criança... E agora??

Por vezes passa-te pela cabeça: "Ai quem me dera ser criança outra vez"! Passa, passa, que eu sei!! Pela minha passa. Mas acho que se pudesse voltar a ser criança, seria revolucionária. Fazia-me valer de todos os meus direitos - aqueles que estão sempre a dizer que as crianças têm. Embora sejam só 10 os direitos regulamentados, acho que, se eu voltasse a ser criança ainda era capaz de inventar mais uns quantos. Só os direitos da criança não chega. Ai não chega não!

"Ainda que eu tenha todos os direitos, se não tiver Amor, então não tenho nada."   anónimo (acho eu).

Mas é bem possível que esse "anónimo" tenha sido uma criança. Com a falta de amor que anda "pr'ai" é impossível que os adultos consigam ir além dos "10 direitos". As crianças, pela sua inocência, vêem com mais pureza e ingenuidade. Os adultos, não. Muitos são frios, calculistas. O mundo está assim. Não exite um protótipo de mundo perfeito. Isso é uma utopia. Mas existem seres humanos, inocentes e desprotegidos. Muitos deles, abusados e mal-tratados pelos adultos. É assim que se faz valer a Convenção dos Direitos da Criança?

Infelizmente vivemos num "gready world" que apenas olha para o seu umbigo. Infelizmente, cada vez mais as crianças sofrem e são vítimas da negligência (voluntária ou não) dos adultos. Infelizmente é a única coisa que vemos à nossa volta. A Convenção sobre os Direitos da Criança é clara como água, estabelece sanções aos países que negligenciam as suas crianças, mas ainda assim, ninguém se importa. Muitas das crianças nem sabem que, na verdade, têm direitos. Porquê??
Porque o adulto é hipócrita. Porque o adulto é cego. Não porque não veja, mas porque não quer ver. Porque o adulto só olha para si próprio. Porque as pessoas não amam. Pior que isso, são egoístas!   E depois?? Rejeitam qualquer "culpa" ou responsabilidade. Parece que ignoram. Sim... não tenhas dúvidas que é falta de amor. O amor não destrói, o amor não ignora.
Antes dos seus direitos, as crianças precisam de amor.
Ama.

Gready world = Bad People = Sad Children.
Humpft!

Fotos:
A primeira é de um registo de 1989 - ano em que foi assinda a Convenção dos Direitos da Criança (e já veio tarde)
A segunda é de um registo de 2009 -  20 anos depois... conseguem ver a diferença??? Pois... eu também não.
A terceira... bom... especulações infelizes. Só mostra a vontade que as pessoas têm de mudar as coisas... :(

18 novembro 2009

"O Menino que era o Menino Jesus"

Antes de começarem a ler o que vai por aqui abaixo e para evitar que a "minha sopa de letras" se entorne, quero aqui dizer que não tenho intenção de ferir, ridicularizar ou ofender ninguém. E desde já apresento o meu pedido de desculpas se alguém se sentir atingido. Na minha infância tive uma educação extremamente católica e respeito muito, mas muito mesmo todas as religiões.

Lembram-se da polémica com Saramago relativamente à Igreja Católica??? Então, convido-vos a ler este poema escrito por Fernando Pessoa (heterónimo Alberto Caeiro).



Alberto Caeiro in "Guardador de rebanhos"

VIII - Num Meio-Dia de Fim de Primavera

Num meio-dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.

No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.

Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas pelas estradas
Que vão em ranchos pela estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as cousas.
Aponta-me todas as cousas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar no chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.

Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido" -
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

16 novembro 2009

Confusão de Letras a Preto e Branco na Fábrica



Preciso escrever. Não sei o quê.  Sei que tem de ser a preto e branco. Sei que tenho algumas ideias alinhavadas. Mas também sei que não passa disso. Estou completamente a branco. Aliás, de branco tenho muito. De preto, ainda nada.
Este é um canto que junta letras de todos os tamanhos, de todas as formas e de todas as cores também. Então juntá-las não vai ser difícil. O difícil é dar a volta às suas cores mais bonitas. Ou melhor, refectir todas as cores numa só ou então retirá-las todas... Todos sabemos que o branco reflete todas as cores, assim como o preto é a ausência de todas elas.
E então? Eu podia desatar a juntar letrinhas, com ou sem cores, que falariam só de coisas bonitas, tipo o amor, a amizade, a esperança... mas isso seria muito pouco a preto e branco!
Ainda tentei escrever um conto... até tinha título e tudo: "Conto de Encontro"... mas deixei-o... estava tão cheio de cor que percebi que não era bem aquilo que eu queria para apresentar na Fábrica de Letras. Também podia fazer aqui uma homenagem ao meu gato Simão... que já está na paz do Senhor, mas que era preto e branco... mas vamos deixar o bicharoco sossegado! Também podia fotografar umas coisas aqui e ali... mas não tenho máquina (acho que isso seria importante...)! Também podia isto, também podia aquilo...
Para acabar com este chorrilho de letras que tentam, mas não fazem sentido nenhum, posso simplesmente dizer:  "Estou completamente em branco". E é aqui que entra o preto, no meio desta confusão toda: Numa folha de papel, exponho a preto as minhas ideias em branco.

Ideias a preto, originalmente gatafunhadas por uma mente visivelmente em branco... quase exclusivamente para:







02 novembro 2009

Um miminho para a mamã!


Um segredo especial
Na escola eu aprendi...
Com ele fiz esta prenda
Que hoje trago para ti.

Chama-se beijo na mão:
Tens de a minha mão beijar
E quando eu estiver triste,
Na cara vou encostar...

Assim fico mais tranquila
Com o truque sempre à mão...
Vou contente para a escola
Com o teu amor no coração!

Mas para tu não ficares triste,
Toma o que eu para ti fiz:
Este é o teu beijo na mão
P'ra também ficares feliz!!

"Não é por ser minha filha" mas este poema está mesmo bonito... não está??

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